Desde o tempo de Júlio César, os pombos têm sido usados para comunicação à distância. Os persas (agora Irã), e até mesmo os gregos usaram pombos-correios para "transmitir" notícias sobre quem ganhou as Olimpíadas. Os pombos-correios eram considerados de grande prestígio na França do século XVIII. Durante a guerra franco-prussiana, os parisienses usavam balões de ar quente para enviar bandos de pombos-correios da cidade para o campo e vice versa. Com o advento da micro fotografia no século XIX, os pombos podiam transportar até 30.000 mensagens por um único pássaro.
Quando a Primeira Guerra Mundial começou, os exércitos na Europa utilizavam muitos pombos-correios. O general John Pershing viu isso e implementou o Corpo de Sinalização do Exército, que foi a primeira forma militar de um sistema de comunicação de pombos. Os números são esboçados, mas acredita-se que mais de 500.000 aves foram utilizadas pelos exércitos mundiais durante a Primeira Guerra Mundial. Os pombos eram altamente respeitados porque tinham uma taxa de entrega superior a 90%, o que provou ser literalmente um salva-vidas para os soldados da linha de frente. Colocando as coisas em perspectiva, na época a melhor chance que eles tinham de se comunicar era o telégrafo - o que exigia postes e fios permanentes.
Cher Ami era o nome de um dos mais famosos pombos-correios da Primeira Guerra Mundial, salvando um batalhão francês inteiro, apesar dos soldados alemães atirarem na ave, cegando-a de um olho e perder uma perna. Ele conseguiu voar cerca de 40 km nesta condição até o posto de comando, o que impediu o bombardeio e salvou inúmeras vidas. A ave foi tratada, recebeu uma Cruz de Serviço honorária e, após sua morte, foi empalhada e depositada no Smithsonian Institution.
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Essa história incrível é um dos feitos que o uso de pombos-correios teve na história. Tudo isso leva a uma pergunta. Como o pombo-correio sabe para onde levar a mensagem?
Pombo: O carteiro perfeito
Os pombos tendem a ser fáceis de capturar, rápidos de reproduzir, relativamente dóceis, e altamente "em sintonia" com seu senso de direção. Essencialmente, são aves que podem encontrar o caminho "para casa". Estes pombos são treinados com muito cuidado, sendo gradualmente levados cada vez mais longe, antes de serem soltos de longa distância e voarem para casa.
Desta forma, os pombos podem ser treinados para voar para casa a partir de uma variedade de locais diferentes. Os pombos poderiam usar pistas visuais, como marcos naturais, e gradualmente desenvolver um caminho conhecido de volta à sua base de origem. Infelizmente, isto significava transportar manualmente grandes quantidades de pombos em uma direção, antes de soltá-los com uma mensagem anexada a sua perna, esperando que eles retornassem ao local original.
Os pombos-correios são particularmente dotados nesta habilidade de orientação devido a sua forte magneto recepção LEIA MAIS SOBRE ISSO AQUI. Para aqueles que não sabem, a magneto recepção é uma habilidade inata em certas formas de vida para detectar e orientar-se com base em campos magnéticos. Os humanos não têm esta habilidade, mas muitas espécies de aves têm a habilidade em vários graus. Pombos-correios são aves que conseguem utilizar essa orientação. Curiosamente, descobriu-se que essas aves são muito mais precisas para percorrer longas distâncias na direção norte e sul, em vez de leste e oeste, devido à direção natural dos campos magnéticos da Terra (fluindo entre o Polo Norte e o Polo Sul).
O maior problema, obviamente, era que inicialmente as aves faziam apenas só o caminho de volta, a partir do ponto em que eram soltas. Posteriormente este problema foi resolvido através de experimentos. Descobriu-se que os pombos-correios podiam ser alimentados em um lugar, e entregar mensagens para o outro. Desta forma, as aves podiam ser treinadas para seguir em frente ou voltar entre dois pontos, levando mensagens de ida e volta.
Um dos últimos pombos em serviço ativo foi na Índia. Os pombos foram oficialmente aposentados em 2002.
Por: Jonathan Pena Castro
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