É verdade que algum organismo pode voltar à vida após a morte?
Essencialmente, se considerarmos o estado de estar vivo a rigor como um nível mínimo de metabolismo celular, a resposta é não. Entretanto, alguns organismos podem desafiar bastante esse limiar, a ponto de praticamente considerarmos que de certa maneira, o organismo 'morre' mas depois volta à vida, com suas funções metabólicas normais.
Um dos exemplos do reino animal é a espécie de rã, Rana sylvatica, cujas habilidades especiais alcançam essa quase possibilidade.
Créditos: James H. Harding |
Este surpreendente caso de criogenia é possível graças a várias adaptações especiais, incluindo o papel especial de "anticongelante" desempenhado pela glicose no corpo da rã.
Além desse exemplo citado, outros organismos como algumas espécies de peixes e artrópodes, assim como alguns seres unicelulares também são capazes de praticamente congelarem, permanecer nesse estado por um tempo bastante longo, e após as condições mudarem, 'voltarem à vida'.
Mas o congelamento não é o único caso de organismos "quase morrerem e voltarem à vida".
Para a maioria dos animais, a vida sem água é completamente impossível. No entanto, os tardígrados podem ser capazes de sobreviver sem ela por décadas. Em 1948, a zoóloga italiana Tina Franceschi alegou que os tardígrados encontrados em musgo seco de amostras de museus com mais de 120 anos de idade poderiam ser reanimados. Após reidratação de um exemplar, ela observou uma de suas pernas dianteiras se movendo.
No que ser refere a animal super resistente, os tardígrados são incrivelmente campeões. |
Como eles fazem isso? Uma das principais descobertas veio em 1922, cortesia de um cientista alemão chamado H. Baumann. Ele descobriu que quando um tardígrado seca, ele retrai sua cabeça e suas oito pernas. Ele então entra num estado profundo de metabolismo mínimo, que se assemelha muito à morte.
Despejando quase toda a água de seu corpo, o tardígrado se envolve e retorce como casca seca. Baumann chamou isto de "Tönnchenform", mas agora é comumente conhecido como um "tun". Seu metabolismo diminui para 0,01% da taxa normal. Ele pode permanecer neste estado por décadas, reanimando apenas quando entra em contato com a água.
Além dos tardígrados, alguns vermes nematódeos, leveduras e bactérias também podem sobreviver à dessecação. Eles conseguem isto produzindo muito açúcar, em particular o chamado trealose. Este açúcar forma um estado semelhante ao vidro dentro de suas células que estabiliza componentes-chave, tais como proteínas e membranas, que de outra forma seriam destruídas. O trealose também pode se envolver em qualquer molécula de água restante, impedindo sua rápida expansão se a temperatura subir. As moléculas de água em rápida expansão são perigosas porque podem romper as células, o que pode ser fatal.
Por: Jonathan Pena Castro
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