Um ser vivo que parece ter saído de filmes de ficção científica, só que neste caso, bastante real, o Blob - criatura unicelular bastante peculiar - possui características únicas e extremamente intrigantes.
Sem cérebro e de coloração amarelo brilhante, ele pode resolver labirintos e se curar. É um ser vivo viscoso que se multiplica rapidamente em tamanho, podendo correr cerca de quatro centímetros por hora, de acordo com o Parque Zoológico de Paris.
O Blob não é nem animal, nem vegetal. Seu nome científico, Physarum polycephalum, termo em latim que traduz-se "baba de muitas cabeças", era classificado como um tipo de fungo, mas agora os cientistas o consideram sem relação com fungos, sendo alocado no Reino Protoctista, dentro do filo Mycetozoa.
Esta espécie existe há cerca de 1 bilhão de anos, mas sua natureza misteriosa tem atraído muito a curiosidade de cientistas e aficionados .
Apesar de não ter boca nem estômago, o Blob pode detectar e digerir alimentos. A aveia, em particular, é uma iguaria para ele. Também apresenta mais de 700 tipos sexuais diferentes. Isso é possível pois o acasalamento não ocorre com órgãos reprodutivos (tipo órgão masculino e feminino), mas com o próprio DNA. Isto ocorre através da interação de locais específicos em seus genomas. O Blob tem 3 desses locais, chamados matA, matB e matC. Estes genes podem ter versões diferentes, chamadas de "alelos". Assim, dois Blobs só podem acasalar se tiverem os mesmos alelos para estas três localizações. MatA tem 16 alelos possíveis, matB tem 15, e matC tem 3, portanto há 720 combinações possíveis.
Em uma experiência notável publicada na Science, pesquisadores no Japão descobriram que um Blob conseguiu se configurar em uma réplica quase completa do meticulosamente projetado sistema ferroviário de Tóquio quando introduzido com um modelo em floco de aveia de Tóquio e sua metrópole circundante.
O intrigante Blob conseguiu replicar a intrincada rede ferroviária de Tóquio. Fonte: Tero et al. 2010. Rules for Biologically Inspired Adaptive Network Design. Science 10.1126/science.1177894 |
Dois Blobs com a mesma composição genética podem se fundir em um único organismo, e compartilhar seus respectivos conhecimentos.
Entre seus inimigos estão a luz, a seca, o sal e a cafeína. Mas, disse Dussutour, "se você treinar um Blob para ignorar a cafeína, por exemplo, ele pode transferir este conhecimento para outro clone".
Sim, ele pode resolver labirintos e aprender o caminho, se lembrando da sequência. |
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