O colágeno é uma das principais proteínas estruturais dos tecidos conjuntivos do corpo humano. Proteínas de colágeno de porco e vaca foram usadas para promover a cicatrização de feridas com sucesso no passado, mas o risco de introdução de agentes de doenças dessas espécies de mamíferos inibe aplicações mais amplas no campo médico. E é aí que a pele de peixe entra. As doenças e bactérias que afetam os peixes são diferentes da maioria dos patógenos humanos, e a pele de peixe também é um material barato e prontamente disponível para a produção de bandagens. Ao considerar a versatilidade do colágeno de pele de peixe, os pesquisadores notaram que a proteína tinha excelente estabilidade térmica e resistência à tração. Isso permite que a bandagem seja aderida à pele e se ajuste aos movimentos do corpo. Além disso, foi demonstrado que o colágeno de tilápia promove o crescimento in vitro de queratinócitos, um dos dois tipos de células que são essenciais para a cicatrização de feridas na pele e a resposta imune. O segundo tipo de célula é conhecido como fibroblastos que migram para o local da ferida e ajudam a aumentar a divisão das células epiteliais, além de secretarem sinais de citocinas para promover a cicatrização da ferida.
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Na foto, um médico envolvendo a pele queimada de uma criança com pele esterilizada de tilápia no Instituto Dr. Jose Frota, Brasil. Fonte |
No Brasil a terapia já vem sendo usada há alguns anos em queimaduras por ser rica em hidratação e um tipo de colágeno semelhante à proteína encontrada na pele humana.
Depois de esterilizada, a pele da tilápia passa por radioterapia para matar qualquer vírus remanescente. Ele pode ser armazenado por até dois anos se refrigerado, antes de ser simplesmente cortado no tamanho certo e colocado sobre uma queimadura em vez de uma bandagem.
A pele é então removida após cerca de uma semana, sem necessidade de trocas diárias de curativos.
As indústrias de processamento de peixe produzem resíduos como pele, escamas, conteúdo estomacal e ossos. Esses resíduos orgânicos não têm sido amplamente utilizados e são descartados, o uso desses potenciais resíduos abre portas para o destino correto, gerar renda para aquilo que antes era descartado, e com impacto positivo na medicina.
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Fontes: [1], [2], [3], [4]
Adriana
Cordeiro
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