Duas fitas enroladas em uma hélice espiralada: Esta é a forma icônica de uma molécula de DNA. No entanto, estudos recentes indicaram que o DNA pode formar uma rara hélice quádrupla, uma estrutura de quatro fitas chamada G-quadruplex (G4). Estudos tem mostrado que essas estruturas participam de uma série de processos biológicos essenciais, como manutenção, transcrição, tradução e replicação dos telômeros e pode desempenhar um papel em doenças como o câncer.
Reconstrução do quádruplo do DNA do telômero humano |
As unidades de DNA G4 podem se formar quando uma molécula de DNA de fita dupla se dobra sobre si mesma ou quando várias fitas de DNA se ligam em um único ácido nucleico, conhecido como guanina. Dos quatro tipos de bases nucleotídicas presentes no material genético, a guanina é a única que pode se ligar a si mesma, podendo, portanto, facilitar a adição de uma dupla hélice à outra, resultando em uma molécula de quatro fitas.
A função exata que essas estruturas cumprem nas células vivas é incerta, embora os cientistas pensem que podem surgir para manter temporariamente os filamentos de DNA separados enquanto estão sendo lidos. O que sabemos, porém, é que o G4 é mais comum em células cancerosas e tem sido associado a genes relacionados ao câncer, levantando suspeitas de que possa ter um papel na formação de tumores.
Considerando a ampla gama de processos biológicos associados aos G4s, tem havido um interesse significativo no desenvolvimento de ferramentas para detectar e visualizar as estruturas do DNA G4 em células vivas. Pesquisas recentes foram capazes de destacar a atividade do G4 nas células e já revelou duas enzimas que podem desenrolar sua estrutura de quatro fitas. Embora seja muito cedo para dizer que relevância isso terá para o tratamento do câncer e de outras doenças, pelo menos abre a porta para uma abordagem totalmente nova para lidar com certas condições.
Mas uma vez a vida nos impressionando mostrando que ainda não sabemos quase nada.
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