Quando se trata de seu humor, decisões e comportamento, o cérebro em sua cabeça não é o único a pensar:
Você sabia que existe uma conexão primordial entre nosso cérebro e nosso intestino?
Nosso cérebro e intestino
estão conectados por uma extensa rede de neurônios e um caminho de moléculas
químicas, exemplo os hormônios, que constantemente fornecem feedback sobre como
estamos nos sentindo, se estamos com fome, saciados, estressados ou não, e até
se ingerimos comidas com microrganismos causadores de doenças. O intestino
humano é revestido por mais de 100 milhões de células nervosas - e tem cerca de
9 m de comprimento, estendendo-se do esófago até ao seu ânus, conhecido como
sistema nervoso entérico.
Em estudo recente foi mostrado que o
intestino tem uma conexão direta e rápida com o cérebro, chamada de eixo
cérebro-intestino, que por meio de um circuito neural permite a transmissão de
sinais em meros segundos. Essas descobertas podem levar a novos
tratamentos para obesidade, distúrbios alimentares, depressão e autismo - todos
os quais têm sido associados a um mau funcionamento do intestino.
A digestão é um negócio complicado, por isso faz todo sentido que o seu intestino tenha uma rede neural auxiliar. Além de controlar mistura mecânica e absorção dos alimentos e coordenação das contrações sistema nervoso entérico, também mantém o ambiente bioquímico dentro de diferentes seções do intestino, mantendo o pH e a composição necessária para as enzimas digestivas fazerem o seu trabalho. Além disso, ele precisa de ter uma pronta resposta, no caso de algum perigo presente no ato de comer. Tal como a pele, o intestino deve parar potencialmente invasores perigosos, tais como bactérias e vírus. De fato descobriu-se que 90% dos sinais passados ao longo do sistema cérebro-intestino, não vem de cima e sim de baixo para cima. O segundo cérebro produz uma vasta gama de hormônios e cerca de 40 neurotransmissores da mesmo classes dos que se encontram no cérebro.
De fato, pensa-se que os neurônios no intestino geram tanta dopamina como as da cabeça. No cérebro, a dopamina é uma molécula associada ao prazer e ao sistema de recompensa. Atua como uma molécula de sinalização também no intestino, transmitindo mensagens entre neurônios que coordenam a contração de músculos no cólon, por exemplo. Intrigantemente, cerca de 95% da serotonina presente no corpo está no sistema nervoso entérico. A serotonina está envolvida na prevenção da depressão e regulação do sono, do apetite e da temperatura corporal. No intestino, está envolvida na reparação de células danificadas no fígado e nos pulmões. É também importante para o desenvolvimento normal do coração, bem como a regulação da densidade óssea.
Obviamente que o cérebro intestinal não tem emoções, mas pode influenciar as que surgem na sua cabeça. Estudos mostram que há mais evidências de ligações entre os dois cérebros em nossa resposta ao estresse, por exemplo que leva o intestino a aumentar sua produção hormonal que pode em algumas pessoas além de fazer você se sentir mais faminto, e comer mais, reduzir a ansiedade e a depressão.
Quando você "se satisfaz", ocorre o estimulo para liberação de dopamina no cérebro, tanto diretamente, desencadeando neurônios envolvidos em caminhos de prazer e recompensa. Num estudo com ratos expostos ao estresse crônico, eles procuravam alimentos mais gordurosos, os quais nunca se saciavam, o que pode levar a obesidade e outros problemas.
Devemos sempre dar o que há de melhor ao nosso corpo, não só para satisfazer poucas sessões de prazer, isso o adoece, e pode levar ao estresse crônico. Um dos pesquisadores concluiu que o interior do intestino reflete o que vemos no exterior do seu corpo. Assim, podemos ver o perigo com nossos olhos, ouvi-lo com nossos ouvidos e detectá-lo como nosso intestino.
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