As doenças genéticas envolvem alteração no
material genético (DNA), algumas podem ser transmitidas de geração em geração.
Estudos mostram que alguns portadores de certas doenças genéticas são mais resistentes
a certas doenças virais ou infecciosas. Esses estudos podem ajudar muito a
ciência pois, fatores que conferem resistência a esses patógenos podem ajudar
os pesquisadores a desenvolverem opções de tratamento mais eficazes.
Então, aqui
estão elas:
1 - Fibrose cística e a resistência à cólera
Fonte |
A fibrose
cística, doença que envolve uma mutação que codifica um canal de cloreto com defeito. Em
indivíduos não afetados, esse canal pode ser explorado por enteropatógenos
produtores de diarréia. A desordem desse canal pode resultar em
resistência aos efeitos entéricos da cólera, e o genótipo da fibrose cística
tem maior prevalência nas regiões em que a cólera é ou foi endêmica.
2 - Tay-Sachs e a resistência a tuberculose
Fonte |
Tay-Sachs é uma doença genética rara
que resulta em um acúmulo anormal de lipídios neuronais causado por uma enzima
lisossômica defeituosa. Alelos para esta doença são mais prevalentes em certas
populações, sendo os mais conhecidos os judeus asquenazes. Historicamente, os
judeus asquenazes tinham alta prevalência do alelo Tay-Sachs e baixa
prevalência de tuberculose causada por Mycobacterium tuberculosis.
Sabe-se agora que os portadores da Tay-Sachs têm uma maior produção da
subunidade β da hexosaminidase e que essa a subunidade está intimamente
associada ao aumento da defesa do hospedeiro contra micobactérias. Portanto, é
possível que a β-hexosaminidase seja citotóxica para Mycobacteria
tuberculosis, tornando o organismo mais suscetível ao ataque de macrófagos.
Isso traz novas pesquisas no caso tuberculose resistente a antibióticos, o
desenvolvimento de drogas que regulam ou mantêm a β-hexosaminidase pode ser
benéfico para o tratamento da tuberculose.
3 - Fenilcetonúria e a resistência a abortos micóticos (mediados por fungos)
Fenilcetonúria é
um distúrbio genético metabólico no qual a fenilalanina se acumula a níveis
tóxicos no indivíduo afetado. As mulheres que são heterozigotas para o distúrbio
são significativamente menos sensíveis às atividades abortivas da micotoxina
designada como ocratoxina A. Essa relação parece ser relevante nas regiões
úmidas nas quais os fungos patogênicos são endêmicos como na Escócia e na
Irlanda, onde o clima úmido consistente promove o crescimento de mofo e fungos
nos grãos e feijões. O Aspergillus spp. produz
a ocratoxina A, que é teratogênica em baixas doses e potencialmente letal em
altas doses. No caso de mulheres grávidas, a ocratoxina A pode atravessar
a placenta e causar abortos espontâneos. Esta toxina, sendo um derivado
N-acil da fenilalanina, é um inibidor competitivo da fenilalanina, impedindo a
síntese proteica, que pode ser revertida pela introdução de fenilalanina em
excesso nos indivíduos com fenilcetonúria, pode ajudar a proteger contra
abortos súbitos, garantindo assim uma gravidez normal.
- Leia também: Anemia falciforme protege contra malária
- Não citamos
ela aqui, mas ela também se enquadra perfeitamente nessa lista.
Fonte:
[1] - Doenças genéticas queconferem resistência a doenças infecciosas
A Anemia Falciforme impede que o paciente contraia a Doença do Sono, pois o Trypanosoma não consegue infestar a hemácia falciforme.
ResponderExcluirMais um exemplo interessante de doença que impede outra!
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