Durante uma palestra do TED em 2009, a antropóloga Nina Jablonski disse à sua audiência: "Você tem a evolução da história da nossa espécie, parte dela, escrita na sua pele". Compreenda-a, a aprecie, a celebre. Vocês são os produtos da evolução".
É um pensamento bonito, e interessante de ser compreendido, visto que essa vitamina - tecnicamente um hormônio - também chamado de colecalciferol, em nós humanos ela é produzida quando a pele é exposta aos raios ultravioleta B (UVB) da luz solar. Esse fato tem uma relação intrínseca com a evolução da espécie humana e suas diferentes tonalidades de pele.
Compreender porque existe hoje em dia uma diversidade de cores de pele no mundo liga-nos à nossa evolução e explica algumas razões para os elevados níveis de deficiência de Vitamina D em algumas populações modernas.
A linhagem humana teve origem, e floresceu pela primeira vez biológica e culturalmente, na África. Evolutivamente, cada um de nós é africano; as primeiras pessoas tinham pele pigmentada de forma escura e estavam assim bem adaptadas para lidar com os elevados níveis da radiação ultravioleta nas regiões equatoriais.
Como Jablonski explica na sua palestra, a radiação ultravioleta tem benefícios e custos para o corpo humano. No lado positivo, quando atinge a pele, catalisa a vitamina D, essencial para a saúde óssea e imunitária; no lado negativo, pode causar danos no DNA e cânceres cutâneos. Na África antiga, a melanina - proteína que dá a cor da pele - atuava como um protetor solar natural para proteger as pessoas dos perigos, permitindo ao mesmo tempo os benefícios da síntese da Vitamina D a partir do sol.
Quando povos de algumas populações ancestrais migraram para o norte de África, encontraram raios ultravioletas muito menos intensos. O filtro solar anteriormente adaptativo da melanina era agora uma desvantagem, pois uma maior proteção de melanina impedia a produção necessária da vitamina D. Assim, a pele menos pigmentada começou a ser uma vantagem adaptativa para esse ambiente. As pessoas com pele clara nestas regiões do norte passavam tempo suficiente no sol para a síntese adequada de vitamina D, um processo que era ajudado em algumas ocasiões com uma dieta rica em peixes.
Note que a distribuição da cor da pele atualmente, em regiões equatoriais, é predominante as tonalidades mais escuras, enquanto que nas regiões de alta latitude, a predominância é de peles de cores claras. Fonte da imagem: Plos Biology - What Controls Variation in Human Skin Color? |
O que temos hoje em dia é também um equilíbrio entre as vantagens e as desvantagens: Uma bela diversidade de cores de pele que reflete o mapa da geografia relativamente recente dos nossos antepassados, e um risco infeliz de deficiência de vitamina D que vem com o passar da maior parte das nossas horas dentro de casa à luz artificial.
Por: Jonathan Pena Castro
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