As veias por si próprias não têm cor. Elas se tornam azuis aos nossos olhos devido à pele. Quando a luz passa pela pele, a frequência de ondas luminosas vermelhas do sangue é absorvida, sendo apenas a luz azul refletida. Assim, nossos olhos as enxergam azuis.
Mas tirando a explicação científica, qual a origem histórica do termo "sangue azul?" e por que ele é associado à nobreza?
O termo vem definitivamente da frase "sangre azul" utilizada pelos espanhóis após a invasão moura do sul de Espanha, a partir do século VIII. Os nobres reais de Espanha fugiram para o norte e reagruparam-se com vários outros a fim de mais tarde lutarem contra os mouros. Os Reais odiavam tanto os Mouros que se esforçaram para se manterem fora da luz do sol e afastar qualquer vestígio de pele escura. Não era tanto que os espanhóis fossem racistas contra aquilo a que hoje em dia chamamos "negros" ou contra a forma como percebemos o racismo devido à Guerra Civil americana. Acontece que os Africanos (mais tarde chamados mouros) eram de pele escura - algo que os Espanhóis vieram a detestar depois da invasão. Fizeram questão de trabalhar e viver sobretudo no escuro, à luz das velas ou à luz indireta. Com menos luz solar, as veias pareciam mais azuis através da pele pálida, algo que os outros nobres europeus notaram e ficaram impressionados - cunhando assim o termo "sangue azul" como uma tradução literal do espanhol "sangre azul".
Uma publicação inglesa de 1811 afirmava que a nobreza de Valência estava dividida em três classes - sangue azul, sangue vermelho e sangue amarelo - com a primeira "confinada às famílias que foram feitas grandes". No século IX, os nobres militares espanhóis provavam seu pedigree exibindo as suas veias visíveis para se distinguirem do seu inimigo mouro de pele mais escura.
Dessa maneira, por toda a Europa o termo veio a expressar a diferença entre as classes alta e baixa - as primeiras a prezarem a sua pele de mármore com veias visíveis, em contraste com a pele bronzeada dos que trabalhavam ao sol.
Hoje pode parecer um pouco estranho aos nossos olhos, mas era costume um cavalheiro pretendente fazer um elogio às veias azuis da sua dama, que também eram muitas vezes destacadas nos primeiros retratos modernos de mulheres nobres. Como era sinal de nobreza, era verdadeiramente desejável.
Por: Jonathan Pena Castro
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