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terça-feira, 9 de julho de 2024

Animais podem ter autismo?

O autismo, um transtorno neurodesenvolvimental que afeta a maneira como as pessoas interagem e se comunicam, não se limita apenas ao nosso mundo. Cientistas buscam, utilizando modelos animais, desvendar os segredos do autismo e pavimentar o caminho para novas terapias.



Modelos Animais: Janelas para a Compreensão do Autismo

Peixes, sapos, moscas-da-fruta e até mesmo nematódeos - criaturas aparentemente distantes do nosso universo - assumem um papel crucial na pesquisa biológica. Apesar das diferenças anatômicas e fisiológicas, esses modelos oferecem uma lente poderosa para observarmos processos biológicos fundamentais compartilhados entre as espécies.

Em se tratando em pesquisas emergentes a respeito de como o autismo pode se manifestar em animais, e como isso pode ser paralelamente interpretado a partir da fisiologia huamana, os pesquisadores estudam principalmente em três modelos animais relevantes, que iremos abordar a seguir.

Três Modelos em Foco: Desvendando os Segredos do Autismo

1. Roedores: Revelando Comportamentos Relevantes

Ratos e camundongos, protagonistas frequentes da pesquisa científica, também contribuem para a compreensão do autismo. Esses pequenos animais podem apresentar comportamentos diretamente relacionados aos sintomas centrais do TEA, como dificuldades na interação social e comunicação, além do aumento de comportamentos repetitivos e estereotipados.

Para avaliar esses comportamentos, os cientistas lançam mão de diversos testes comportamentais, como o teste das 3 câmaras, análise de vocalizações ultrassônicas, autolimpeza e enterramento de bolinhas. Um exemplo notável é a linhagem de camundongos BTBR, que exibe características como baixa sociabilidade, aprendizado social anormal, autolimpeza repetitiva e déficits em tarefas cognitivas.


Espaços confinados: Camundongos BTBR associais evitam rostos, preferindo se aproximar por trás, quando forçados a interagir com outros camundongos


2. Primatas Não Humanos: Espelhos da Nossa Natureza

Nossos primos mais próximos, como macacos e chimpanzés, também oferecem insights valiosos sobre o autismo. Possuindo estruturas cerebrais e comportamentos sociais mais complexos, esses animais podem revelar aspectos do TEA que modelos mais simples não conseguem capturar.

Pesquisadores observam em primatas não humanos comportamentos como déficits na comunicação vocal, dificuldades na imitação e na formação de laços sociais, além de comportamentos repetitivos. Estudos com macacos Rhesus, por exemplo, demonstram alterações na conectividade cerebral que podem estar relacionadas aos sintomas do autismo.

As habilidades sociais dos macacos estão vinculadas à variação dos genes do autismo. A tendência a pedir acasalamento, brincar sozinho ou sentar-se isolado é altamente hereditária entre os macacos.


3. Cães: Companheiros Leais na Jornada do Autismo

Cães, nossos fiéis companheiros, vêm se despontando como modelos inovadores para o estudo de diversas doenças neuropsiquiátricas, incluindo o TEA. Apesar do debate sobre se os cães podem realmente ter autismo, diversos estudos identificaram em suas características comportamentais semelhanças com os sintomas observados em humanos com TEA.

Esses traços incluem interações sociais atípicas, dificuldades de comunicação e comportamentos repetitivos, como perseguir o próprio rabo, ranger os dentes ou alinhar objetos. Além disso, cães com comportamentos disruptivos podem apresentar desinteresse por interações sociais e falta de atenção durante atividades como passeios, alimentação ou brincadeiras.


Conclusão: Uma Jornada em Andamento em Busca de Respostas

A pesquisa do autismo em animais ainda está em seus primórdios, mas os resultados até agora são promissores. Através desses estudos, os cientistas estão desvendando os mecanismos subjacentes ao TEA, abrindo caminho para o desenvolvimento de novas terapias e abordagens para auxiliar pessoas com autismo.

É importante lembrar que os modelos animais não são cópias perfeitas do autismo humano. Cada espécie apresenta suas próprias características e desafios. No entanto, ao combinarmos o estudo em animais com pesquisas em humanos, podemos obter uma visão mais completa e abrangente do transtorno, pavimentando o caminho para um futuro mais promissor para aqueles que vivem com o TEA.

Por: Jonathan Pena Castro

Fontes: 12

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